Em jeito informal, no dia 11 de Março, alunos dos diferentes cursos e anos do ISCSP reuniram-se para discutir a “NATO no século XXI”. Numa sessão aberta a todos e onde a opinião de cada um foi o ponto de partida para um debate mais alargado, abordaram-se as questões mais prementes desta organização.
Lançada pelo Professor Marcos Farias Ferreira, a primeira questão a ser abordada foi a pertinência da existência da NATO num mundo pós-Muro de Berlim. Será que a extinção do mundo bipolar e da ameaça soviética não teriam terminado também com a necessidade de uma Aliança Atlântica?
Aqui as opiniões dividiram-se. Muitos alunos afirmaram que a cooperação com os EUA, que tinha sido fulcral para a recuperação europeia após a Segunda Guerra Mundial, tinha permitido à Europa uma unificação política e económica, deixando a segurança a cargo da NATO. Outros alunos, concordando ainda com a importância actual da NATO, mencionaram que a instituição constitui uma base de cooperação e integração aos mais diversos níveis, muito para além da iniciativa militar. Outros estudantes mencionaram que a NATO já não fazia sentido no mundo em que vivemos. Acreditam que esta organização é demasiado agressiva e impede uma maior colaboração com países como a Rússia. Foram dados como exemplos o escudo anti-míssil e a aproximação da NATO aos países de Leste.
Falou-se então da Rússia como sucessora directa ou não da União Soviética como ameaça ao Ocidente. Reconheceu-se a importância da Rússia como potência em ascensão, especialmente devido à sua riqueza em recursos naturais, sem descurar o seu ainda respeitável arsenal militar. Putin e a sua posição provocadora foram também debatidos, assim como certas acções como a guerra com a Geórgia e a crise do gás na Ucrânia servem para projectar o poder russo. Abordou-se a desconfiança ocidental para com a Rússia, mas também os novos entendimentos forjados e até o papel da NATO nos mesmos.
Neste sentido, deverá a aproximação a Leste ser entendida como uma ameaça directa à Rússia? Ficou claro que os países de Leste procuram junto das mais diversas organizações internacionais uma afirmação da sua soberania e uma hipótese de desenvolvimento, tal como acontece com o alargamento da União Europeia, mas também procuram segurança. É esta segurança, tal como muitos alunos afirmaram, que encontram na NATO. A entrada destes novos países tem também gerado desavenças dentro da própria NATO, já que países como a França ou a Alemanha não pretendem entrar em contendas directas com a Rússia, estando a questão da entrada da Geórgia e da Ucrânia adiada.
Debateu-se em seguida a instrumentalização da NATO por parte dos EUA. Foi esclarecido que a NATO apenas actua com mandatos internacionais e que excepto a intervenção na Jugoslávia, a actuação em teatros de guerra passa por operação de peace keeping ou peace making. No entanto, todos concordaram que o predomínio dos EUA dentro da instituição (custos, equipamento militar, soldados) acaba por prejudicar a imagem da instituição, reduzindo-a a mais um instrumento de hard power americano. Por isto, foram apoiadas e louvadas por parte dos alunos as medidas do Presidente Obama, para dividir as responsabilidades e encargos da organização.
De modo a adaptar-se à nova realidade, a NATO também diversificou o seu campo de actuação, intervindo em missões humanitárias e apoiando esforços de coordenação militar com outras entidades como a União Africana. Ficou patente que a NATO se afirma actualmente como uma organização política e tem como principais objectivos o respeito pelos direitos humanos, a manutenção da soberania pelos Estados, a manutenção da paz e especialmente a prevenção de conflitos.
Mas os desafios sucedem-se para uma organização como a NATO. Alguns dos desafios apontados foram: o macro terrorismo, a segurança energética, a desconfiança russa, a dificuldade de unanimidade dentro da instituição e o desafio mais recente, a diminuição de verbas e recursos militares por causa da crise económica.
Antes de se encerrar o debate, houve ainda a questão da importância da NATO para Portugal. Como país fundador, Portugal tem desfrutado das possibilidades de fazer parte de uma organização com esta envergadura. Não só reforça laços com países como os EUA, como tem a oportunidade de manter as suas forças armadas actualizadas e em diferentes teatros de operações. Portugal é também importante para a NATO porque é um eixo de articulação geográfica no Atlântico, tendo sido apontada a importância dos Açores. A NATO pode ainda ajudar Portugal e a restante Europa a combater o narcotráfico e a imigração ilegal provenientes tanto do Oceano Atlântico, como do Mediterrâneo.
No fim do debate acabou por concluir-se que a NATO actualmente é uma aliança de valores, que pretende perpetuar a paz e a democracia no mundo, sem deixar de lado as vicissitudes que estão inerentes a esta missão.
Lançada pelo Professor Marcos Farias Ferreira, a primeira questão a ser abordada foi a pertinência da existência da NATO num mundo pós-Muro de Berlim. Será que a extinção do mundo bipolar e da ameaça soviética não teriam terminado também com a necessidade de uma Aliança Atlântica?
Aqui as opiniões dividiram-se. Muitos alunos afirmaram que a cooperação com os EUA, que tinha sido fulcral para a recuperação europeia após a Segunda Guerra Mundial, tinha permitido à Europa uma unificação política e económica, deixando a segurança a cargo da NATO. Outros alunos, concordando ainda com a importância actual da NATO, mencionaram que a instituição constitui uma base de cooperação e integração aos mais diversos níveis, muito para além da iniciativa militar. Outros estudantes mencionaram que a NATO já não fazia sentido no mundo em que vivemos. Acreditam que esta organização é demasiado agressiva e impede uma maior colaboração com países como a Rússia. Foram dados como exemplos o escudo anti-míssil e a aproximação da NATO aos países de Leste.
Falou-se então da Rússia como sucessora directa ou não da União Soviética como ameaça ao Ocidente. Reconheceu-se a importância da Rússia como potência em ascensão, especialmente devido à sua riqueza em recursos naturais, sem descurar o seu ainda respeitável arsenal militar. Putin e a sua posição provocadora foram também debatidos, assim como certas acções como a guerra com a Geórgia e a crise do gás na Ucrânia servem para projectar o poder russo. Abordou-se a desconfiança ocidental para com a Rússia, mas também os novos entendimentos forjados e até o papel da NATO nos mesmos.
Neste sentido, deverá a aproximação a Leste ser entendida como uma ameaça directa à Rússia? Ficou claro que os países de Leste procuram junto das mais diversas organizações internacionais uma afirmação da sua soberania e uma hipótese de desenvolvimento, tal como acontece com o alargamento da União Europeia, mas também procuram segurança. É esta segurança, tal como muitos alunos afirmaram, que encontram na NATO. A entrada destes novos países tem também gerado desavenças dentro da própria NATO, já que países como a França ou a Alemanha não pretendem entrar em contendas directas com a Rússia, estando a questão da entrada da Geórgia e da Ucrânia adiada.
Debateu-se em seguida a instrumentalização da NATO por parte dos EUA. Foi esclarecido que a NATO apenas actua com mandatos internacionais e que excepto a intervenção na Jugoslávia, a actuação em teatros de guerra passa por operação de peace keeping ou peace making. No entanto, todos concordaram que o predomínio dos EUA dentro da instituição (custos, equipamento militar, soldados) acaba por prejudicar a imagem da instituição, reduzindo-a a mais um instrumento de hard power americano. Por isto, foram apoiadas e louvadas por parte dos alunos as medidas do Presidente Obama, para dividir as responsabilidades e encargos da organização.
De modo a adaptar-se à nova realidade, a NATO também diversificou o seu campo de actuação, intervindo em missões humanitárias e apoiando esforços de coordenação militar com outras entidades como a União Africana. Ficou patente que a NATO se afirma actualmente como uma organização política e tem como principais objectivos o respeito pelos direitos humanos, a manutenção da soberania pelos Estados, a manutenção da paz e especialmente a prevenção de conflitos.
Mas os desafios sucedem-se para uma organização como a NATO. Alguns dos desafios apontados foram: o macro terrorismo, a segurança energética, a desconfiança russa, a dificuldade de unanimidade dentro da instituição e o desafio mais recente, a diminuição de verbas e recursos militares por causa da crise económica.
Antes de se encerrar o debate, houve ainda a questão da importância da NATO para Portugal. Como país fundador, Portugal tem desfrutado das possibilidades de fazer parte de uma organização com esta envergadura. Não só reforça laços com países como os EUA, como tem a oportunidade de manter as suas forças armadas actualizadas e em diferentes teatros de operações. Portugal é também importante para a NATO porque é um eixo de articulação geográfica no Atlântico, tendo sido apontada a importância dos Açores. A NATO pode ainda ajudar Portugal e a restante Europa a combater o narcotráfico e a imigração ilegal provenientes tanto do Oceano Atlântico, como do Mediterrâneo.
No fim do debate acabou por concluir-se que a NATO actualmente é uma aliança de valores, que pretende perpetuar a paz e a democracia no mundo, sem deixar de lado as vicissitudes que estão inerentes a esta missão.
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