segunda-feira, 2 de março de 2009

Vazio de Poder na Guiné-Bissau


O homicídio do Presidente da República da Guiné-Bissau , Nino Vieira, e também do Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas , General Batista Tagmé Na Waié, constituem infelizes acontecimentos na complexa realidade politica da Guiné-Bissau.

Meses depois das eleições parlamentares, que decorreram num clima relativamente calmo a Guiné-Bissau encontra-se agora com um problema de vazio de poder, sem líder político e sem líder militar. A indefinição assenta sobretudo no facto do Primeio-Ministro Carlos Gomes Júnior não deter grande base de apoio junto dos militares.

Para já o clima na Guiné-Bissau é de suspense , tendo sido encerradas as fronteiras com a Guiné-Conacri e com o Senegal.
O evoluir da situação é ainda uma incógnita, sendo difícil avaliar quais as consequências que o homicídio de Nino Vieira trará.
Ainda não se conhecem os autores do homicídio, tendo as Forças Armadas Guineenses recusado qualquer envolvimento na situação.

Ao nível da comunidade internacional foram várias as instâncias e personalidades nacionais e internacionais que se manifestaram. Organizações como a União Europeia, a CPLP e vários países, dentre os quais Portugal e Espanha, lamentam o incidente e prestam-se a cooperar com as autoridades guineenses no restabelecimento da normalidade constitucional.
A Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa reuniu-se de emergência e, após adopção de uma Declaração oficial, foi constituída uma missão chefiada pelo Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português João Gomes Cravinho que partirá para a Guiné-Bissau “para consultas com as instituições guineenses no sentido de promover o diálogo interno”. Não se antevendo para já a mobilização de qualquer missão internacional ONU para o terreno.

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