O Século XXI colocou-nos perante uma série de novos desafios, contudo apresentou-nos também novas ferramentas para os enfrentarmos e superarmos. A globalização, acreditemos ou não neste fenómeno, teve o mérito de aproximar os povos e de os dotar com instrumentos tecnológicos até aqui nunca vistos, transformando as sociedades nos seus costumes, hábitos e práticas. Este boletim electrónico que hoje se apresenta reúne precisamente estes elementos até aqui mencionados: é feito por pessoas que estudam estas alterações e que aproveitam os benefícios tecnológicos do século XXI para os apresentar, debater e partilhar conhecimento, opiniões e ideias.
Neste primeiro número, pretende-se apenas dar o mote, revelar o espírito dinâmico e criativo dos autores, aguardando por sugestões e participações activas e construtivas nestas matérias de Relações Internacionais, Direito, Segurança, Defesa.
A NATO está mais uma vez em mudança, as alterações do ambiente internacional a isso obrigam, e mais uma vez a questão do comando de Oeiras coloca-se. Desta feita parece ser inevitável a perda de influência Portuguesa neste Comando Regional. Por outro lado parece que o Cincsouthland vai assumir uma importância maior em toda a estrutura operacional da organização, não deixa de ser curioso este aspecto, mas leva-nos a reflectir quanto ao efectivo envolvimento Português nas operações da Aliança. A questão é simples: se queremos ter relevo temos que estar presentes de uma forma mais efectiva e permanente, se não podemos ou não queremos por uma questão estratégica, então é melhor redefinir as nossas prioridades no orçamento de Defesa nacional. Fica aqui o mote para uma discussão que se quer mais abrangente e aprofundada face as questões que envolve, quem sabe no próximo número. Por outro lado vivemos ainda na ilusão do novo Presidente dos EUA. O Sr. Obama teve o condão de proporcionar esta expectativa global quanto ao que vai ser o seu rumo, sendo certo que até ao momento tem privilegiado as questões económicas, por razões óbvias, e enviado elementos da sua Administração para auscultar as situações mais criticas, entenda-se o nuclear no eixo China, Coreia(s) e a já delicadíssima situação no Médio Oriente que os aliados de Israel fizeram o favor de lhe evitar um embaraço maior no dia da sua tomada de posse com o fim da ofensiva militar no Líbano, centrando-lhe as atenções no Irão e Iraque onde se esperam desenvolvimentos importantes, talvez ainda durante este ano. A Europa encontra-se mergulhada na sua teia de crise económica e a tentar ligar os povos para além dos vínculos económicos já existentes, não será fácil pois são séculos de diferenças e interesses próprios à volta de um conceito clássico de Estado/Nação/Território. O mundo tem vários desafios, os princípios da Carta do Atlântico de 1949 não estão em crise, têm é que ser relembrados e actualizados nas mentes deste século. Portugal deve estar no centro deste debate e deve reflectir sobre isto. Nas questões Atlânticas não somos periféricos, nem podemos deixar-nos colocar nesse ponto!
Termino este Editorial, conforme iniciei, vamos aproveitar os benefícios da “Aldeia Global” e falar, construir e trabalhar para que não estejamos daqui a uns anos a amaldiçoar o tempo perdido e a chorar sobre algo que já não tem solução. Eu vou tentar neste espaço! Fica o mote…
Cumprimentos,
Artur Jorge R. Amorim Girão
Comissão Portuguesa do Atlântico
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