Foi entre os dias 20 e 22 de Abril de 2009 que decorreu a primeira visita oficial da Assembleia Parlamentar (AP) da NATO ao Tajiquistão, pela delegação do Comité da Dimensão Civil de Segurança, liderada pelo vice-presidente, Vitalino Canas, e pelo Secretário Geral da AP da NATO, David Hobbs. Este encontro incluiu ainda os mais altos representantes do país, nomeadamente o Presidente do Tajiquistão Rahmon, o Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) Hamrokhon Zafiri, embaixadores e organizações internacionais, que se traduziu essencialmente na cooperação estabelecida entre a NATO e o Tajiquistão, bem como a sua importância estratégica enquanto país vizinho do Afeganistão.
Ora, antes de mais convém referir que o Tajiquistão é um dos países mais pobres da Ásia Central, cuja guerra civil (1992-1997) destruiu uma economia já de si débil. Apesar de possuir fortes recursos naturais (gás, urânio, ouro e prata), a sua indústria hidroeléctrica, alimentar e do alumínio são pouco desenvolvidas e a sua principal produção de algodão tem sido fortemente afectada com a descida dos preços da matéria-prima. E, para além do mais, a situação agrava-se com a inclusão do território tajique na rota afegã na proliferação do terrorismo e do tráfico de droga.
E por isso, tem-se assistido a uma procura permanente da NATO em fomentar as relações com o Tajiquistão, na medida em que têm evoluído os esforços na cooperação com todos os países que procuram a estabilidade no Afeganistão.
De facto, esta foi uma das problemáticas mais discutidas nesta visita, nomeadamente a importância do Tajiquistão na ajuda à estabilização e reconstrução do país vizinho. De acordo com o MNE Zafiri, "a segurança e a estabilidade da Ásia Central depende fundamentalmente da situação no Afeganistão" e por isso o Tajiquistão tem desenvolvido iniciativas conjuntas no âmbito do treino e formação de militares e do controlo de fronteiras.
Além disso, o tráfico de droga foi outro assunto desenvolvido, visto permanecer um dos maiores problemas naquela região, e especificamente no Tajiquistão que partilha cerca de 1400 km de fronteira com o Afeganistão, de ondem vem grande parte da produção. O presidente Rahmon defende a importância estratégica do Tajiquistão, na medida em que se poderia tornar numa zona tampão e impedir o alastramento do tráfico de drogas e do terrorismo.
O que eu creio ser importante nesta visita da delegação a um país como o Tajiquistão é efectivamente a adaptação estratégica da organização no combate ao terrorismo, na proliferação da segurança e estabilidade na missão com o Afeganistão. A aposta em cooperar com outros países em prol da missão, tem facilitado não só o sucesso da missão em si, como também à integração e desenvolvimentos dos países intervenientes. Não só no Tajiquistão, como no Uzbaquistão e no Paquistão, onde são permitidas uma rota alternativa para a circulação de tropas e mantimentos no Afeganistão. Assistimos ao aumento da esfera de influência da NATO no sentido da cooperação e segurança alargados a outros países com semelhantes objectivos, cujo seu precurso deve ser seguido, ao mesmo tempo que a sua importância estratégica parece aumentar.
Mais pormenores acerca da visita do comité ao Tajiquistão: NATO Parliamentary Assembly
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