Os Directores Nacionais de Armamento dos 28 Estados-Membros da Aliança Atlântica encontraram-se, no final do mês de Abril, nos Heathquarters da Organização para mais uma Conferência Bianual (CNAD). Este encontro teve como principal enfoque a avaliação das capacidades da NATO no âmbito das suas operações no Afeganistão, Kozovo, Mediterrâneo e cada vez mais no Corno de África.
Neste seguimento, os Directores Nacionais discutiram qual o caminho a seguir nas diversas tarefas abordadas na Cimeira de Estrasburgo, nomeadamente no que diz respeito à defesa antimíssil, especificamente um estudo relacionado com o sucesso do papel do Active Layered Theatre Ballistic Missile Defence Programme (ALTBMD), visando incluir uma defesa territorial anti-míssil. Noutra questão, no Defence Against Terrorism Programme of Work (DAT PoW), os Estados-Membros da NATO estão a conduzir uma série de iniciativas com já algum sucesso.
Um outro assunto abordado, prende-se com o complemento de helicópteros para a Aliança para auxílio nas operações do Afeganistão. Aqui, os Directores Nacionais propuseram soluções a curto e médio-prazo bem como a clarificação do estatuto da Future Heavy Transport Helicopter Initiative. Para tal, Alexander Weiss, Chief Executive of the European Defence Agency (EDA), relembrou ainda a importância da colaboração entre a EDA e a NATO, uma vez que a simples aquisição de helicópteros mais não é do que um estímulo para a manutenção e aprofundamento do bom relacionamento entre ambos. Numa outra questão, relacionada com a Operação da Aliança no Corno de África (Alliance’s Operation Allied Protector off the Horn of Africa), assumiu tratamento imediato e reforçado, com o objectivo de procurar desenvolver novas capacidades, ou adaptar e maximizar as já existentes, para definir um plano para continuar assegurar a segurança nesta região. Foi ainda discutida a Reforma dos Comandos da NATO e as suas implicações para o futuro da Organização.
Mas, a conclusão fundamental que se pode retirar desta Conferência decorre do consensual apelo à cooperação entre parceiros para melhor enfrentar os desafios que têm vindo a surgir. Como tal, Peter C.W. Flory, Assistant Secretary General for Defence Investment and the Permanent Chairman da CNAD, aproveitou a oportunidade para relembrar os Directores de que, para além de se concentrarem nas prioridades imediatas, é de extrema importância continuar a olhar para as necessidades futuras. Verificou-se assim, que os Estados-Membros estão progressivamente a maximizar as suas capacidades através do trabalho em grupo ao invés das acções unilaterais, onde cada uma agia por si só sem reconhecer os benefícios da Cooperação. O próprio Secretário-geral da Aliança referiu que, “uma abordagem multinacional será a única solução viável e alcançável. É por isto que eu continuo firmemente convencido de que programas multinacionais bem conduzidos constituem a chave para melhorar as nossas capacidades, particularmente nestes tempos de constrangimentos económicos”.
Confirma-se então, mais uma vez, uma NATO atenta e adaptada aos novos critérios de actuação na “cena internacional”. Tal reconhecimento é fundamental para actores com as características da Aliança, onde o reconhecimento da sua continuidade de acção está amplamente dependente daquela que é a opinião e a imagem que as populações nutrem a seu respeito. Nesta Conferência foram abordadas matérias bastante diversas, mas que, pela sua imensa abrangência, permite que os diferentes pontos tenham um elemento em comum: o esforço da NATO em se afirmar como um actor credível, de reconhecido valor na busca da estabilização e garantia da segurança em zonas mais complexas, para que, dessa forma, seja possível garantir uma melhor qualidade de vida das populações visadas que, e apesar de fora da esfera influência da Organização continuam a precisar do seu auxílio para sobreviver.
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