quinta-feira, 7 de maio de 2009

A Consequência das Relações NATO-Geórgia



As relações entre a NATO e a Geórgia têm vindo a assentar principalmente na cooperação, na democracia, no campo da defesa e na ajuda para reformas institucionais. Esta parceria importuna particularmente a Rússia, que se sente incomodada com a realização de exercícios militares da Organização do Atlântico Norte a 70 quilómetros da Ossétia do Sul, palco da crise do Verão passado.
O desejo de condução de exercícios na Geórgia e a ambição do governo de Tbilissi em integrar a NATO, contribuem para a perpetuação do clima de tensão com a Rússia.
Porém, em vésperas de início de missão, o governo georgiano vem a público acusar a Rússia de promover uma insubordinação militar e instigar um golpe de Estado, visando ainda o assassinato do Presidente Mikhail Saakashvili. Os fundos seriam provenientes de Moscovo.
O governo russo pretenderia, assim, desestabilizar as acções da NATO, levando a cabo um golpe militar. O Presidente georgiano encara as acções vindas de Moscovo como provocatórias. Por sua vez, o Presidente Medvedev sustenta o facto de esta troca de provocações poder ser encarada como uma pequena escalada ao fortalecimento militar na zona do Cáucaso. Outros afirmam que se trata de um desvio de atenções face à contestação interna da qual Saakashvili é alvo.
No entanto, e perante o olhar interessado do mundo face ao Conselho NATO-Rússia, Serguei Lavrov, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, boicotou a sua presença, reforçando a debilidade da recente aproximação entre NATO e Rússia.
Em detrimento do estabelecimento das relações entre a Organização do Atlântico e a Geórgia, provém da Rússia uma postura adversa para com o “Ocidente” e um interesse de defesa dos interesses particulares do Estado. Há que ter sempre em conta o tipo de interesse e o tipo de desempenho desse mesmo, avaliando ainda os objectivos, os recursos e a preservação da auto-imagem, a reprodução de um dado território na Sociedade Internacional.
Também é importante a referência à sustentabilidade do desempenho, pois é isso que demarcará a imagem e a posição de um Estado. 
O governo russo não pode actuar como se se tratasse de uma aldeia global de mera coexistência, como se caracterizavam as velhas alianças entre Estados, nas quais resultavam uma área de protecção e uma esfera de influência. Os padrões internacionais apontam, presentemente, para uma sociedade de cooperação, e é este aspecto que Moscovo terá que entender se não quiser que se justifiquem alertas ao perigo de agressão, uma vez que NATO e Rússia poderão entrar num aceso braço-de-ferro. 
Para que haja cooperação, terá que haver flexibilidade, de modo a que as acções e as propostas não sejam entendidas como agressivas a nenhuma das partes em questão.

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